Páginas

terça-feira, 7 de junho de 2011



Entrevista com o Prof. Pedro Saraiva, técnico da PCAND 
(Paralisia Cerebral – Associação Nacional de Desporto)
14 de Fevereiro de 2011


Prof. Pedro Saraiva

Aluna: Há quanto tempo trabalha na PCAND?

Pedro Saraiva:(…) Acerca de 4 anos que trabalho na PCAND. Comecei com poucas funções e poucas competências mas neste momento já tenho competências que sobrem às vezes. É um trabalho muito gratificante.

Aluna: No seu ponto de vista, de que forma a sociedade trata as pessoas com deficiência?


Pedro Saraiva:(…) Normalmente as pessoas têm muito receio do desporto para deficientes, aliás normalmente muitas pessoas têm uma coisa que é, têm um ponto de vista, que é, existe um modelo padrão de pessoa, aquela pessoa que tem os olhos no mesmo sítio, nariz no mesmo sítio que é perfeitamente normal tem um modo de locomoção normal. Tudo o que foge a esse padrão as pessoas tem receio. (...) As instalações desportivas, instalações de escolas estão muito bem preparadas para este tipo de pessoas e não é qualquer cidade que tem isso. (…) A Sociedade não esta preparada para isso e depois é pena outra coisa, até em termos de legislação, de lei, qualquer elemento arquitectónico que seja construído hoje em dia a lei protege as pessoas com deficiência, diz que tem de haver rampas com certos graus de inclinação, as escolas tem de ter elevador para transportar crianças com deficiênciasmas tu não vês isso (...).

Aluna: Relativamente a este facto acredita que existe algum avanço entre a sociedade e a pessoa com deficiência?

Pedro Saraiva:(...) Eu desde os 4 anos que estou com a PCAND, e felizmente há autarquias que já fazem competições a muitos anos, a nove ou dez anos a mesma competição todos os anos, e já conseguiram estabelecer relações muito boas com os atletas, e essa relação além de gratificante para os atletas também é muito gratificante para essas pessoas (…). Nas competições da PCAND e da Federação do desporto para deficientes em geral, é que as competições que são organizadas, existe um vasto leque de voluntários, pessoas que se oferecem para trabalhar e para ajudar nessa organização, e no inicio eles olham um bocadinho para a pessoa que aparece a frente deles, seja a pessoa cega seja com paralisia cerebral, deficiente mental, um bocadinho na expectativa de saber como é que ela é, o que ela tem para nos oferecer mas depois quando a conhecem, quando começam a ter uma interacção com ela, passam a gostar da pessoa ou não, como as outras pessoas, as pessoas normais as vezes não se relacionam, não tem uma boa relação, mas normalmente começam a gostar , começam a ter uma boa interacção , e até acabam na brincadeira as vezes trocam telefones, mails, facebook, nos não nos esqueça mos que são pessoas normais (…).

Aluna: Considera que o desporto para estas pessoas é uma forma de luta pela valorização por si mesmas?

Pedro Saraiva:Sem sombra de dúvida, não tenhas dúvidas nenhumas. Olha, eu dou-te um exemplo: numa investigação que foi feita, fizeram uma investigação sobre hábitos desportivos dos atletas com paralisia cerebral e havia um conjunto de questões muito grande e havia duas questões fantásticas que eram: 1.º questão era qual era o objectivo desportivo do atleta, ou seja, ele praticava (neste caso era boccia) com que finalidade? Para quê? A segunda questão era qual era o objectivo desportivo de competição? Ou seja, ele treinava praticamente todos os dias ou dia sim, dia não, mediante o atleta, mas qual era o objectivo dele, ser campeão nacional? Campeão do mundo? Ser campeão de quê? E 80% dos atletas, ou seja, uma grande percentagem, respondeu que o objectivo desportivo era ser campeão do mundo ou campeão para-olímpico mas o objectivo desportivo era simplesmente participar e estar com os amigos.Agora, vai perguntar ao Cristiano Ronaldo, se o objectivo dele é ser campeão do mundo e estar com os amigos? Ele manda-te a fava. O objectivo dele é ser campeão do mundo e é estar com os melhores atletas e com os melhores treinadores do mundo. Estes atletas não. A única coisa que se regem é estarem primeiro com os amigos, estarem primeiro em convívio com pessoas como eles, com a mesma limitação que eles, que vivem constantemente e diariamente com os mesmos problemas que eles e que ao mesmo tempo possam mostrar à sociedade de que são capazes porque nós temos atletas que são capazes de coisas fantásticas (…).


segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Tipos de deficiência


Sendo o nosso tema direccionado para o desporto relacionado com a deficiência, vamos fazer referência, de seguida, aos principais tipos de deficiência e aos cuidados que dever-se-iam cumprir nas práticas desportivas. A finalidade que se tenciona obter é que não se revele nas pessoas com deficiência o sentimento de incapacidade.
Temos, então, pessoas com incapacidade intelectual. Esta incapacidade caracteriza-se pela presença de limitações (tanto no funcionamento intelectual como nas suas práticas). Da incapacidade intelectual resultam algumas patologias, como:

  •        Síndrome de Down: Uma pessoa com esta patologia apresenta traços faciais e físicos característicos, alguns surgem na nascença outros ao longo do seu desenvolvimento, e um atraso mental;
  •        Síndrome do X-Frágil: Uma pessoa com esta patologia apresenta uma capacidade intelectual  que se verifica desde a dificuldade na aprendizagem ate à necessidade de apoios diversificados ao longo da sua vida;
  •       Autismo: Manifesta-se de diversas formas, dependendo do sistema nervoso. Apresenta sintomas ao nível do comportamento e das funções intelectuais (fraca imaginação e resistência à mudança), na comunicação verbal e não verbal (ausência de linguagem e fraca possibilidade de conversação) e no desenvolvimento de interacção social recíproca (isolamento);
  •   Síndrome do Miar do Gato: Este síndrome provoca na pessoa uma incapacidade intelectual, dificuldade na linguagem e estreitamento da laringe, provocando o miar do gato.
  •     Deficiência Visual: Refere-se a uma situação de perda da resposta visual, depois de tratamento clínico e/ou cirúrgico e uso de lentes convencionais. A deficiência visual pode ser congénita ou pode ser adquirida ao longo da vida. As pessoas que apresentam este tipo de deficiência são ou tornam-se, na sua maioria, pessoas inseguras, com medo do desconhecido, pois não têm conhecimento daquilo que as rodeia, criando uma certa dificuldade em estabelecer relações sociais, levando ao isolamento das mesmas. Em actividades desportivas não podemos recorrer a sinalizações visuais, sendo necessária a utilização de métodos verbais ou em que haja algum tipo de contacto.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Deficiência Motora

É uma disfunção física ou motora, que poderá ser de carácter congénito ou adquirido.  
Deste modo, esta disfunção irá afectar o indivíduo, no que diz respeito à mobilidade, à coordenação motora ou à fala. Este tipo de deficiência pode decorrer de lesões neurológicas, neuromusculares, ortopédicas e ainda de mal formação.